São muitos os motivos que levam a trocar carro usado por novo. Seja uma questão de necessidade ou apenas porque deseja um novo modelo, vale a pena pesquisar antes de se desfazer do seu veículo. Antes de anunciar o seu carro usado para venda, é importante analisar alguns pontos cruciais sobre essa transação. Confira algumas dicas que podem lhe ajudar a tomar a decisão mais acertada.
Os principais sites para vender e comprar carro usado
Para quem vender o carro usado?
Há 3 opções viáveis para quem quer vender o usado e comprar um novo: dá-lo na concessionária como parte do pagamento do novo, vender entre particulares ou realizar a consignação.
1. Trocar carro usado por novo na concessionária
Essa é a opção mais procurada na hora de trocar carro usado por novo. Mas a verdade é que nem sempre é a mais rentável financeiramente.
Vantagens
- Livra-se do trabalho, aborrecimento e até do risco de vender a um desconhecido.
- Pode ficar com o carro até o momento de retirar o seu 0km na concessionária.
- Não precisa se preocupar com reparos e revisões – nas lojas, os avaliadores sabem identificar com facilidade o potencial do veículo e os custos envolvidos para deixá-lo em ordem.
Desvantagens
- O preço oferecido pelo seu usado nas concessionárias são em média 20% abaixo da média no mercado. Isso porque a loja terá que ter lucro na revenda do seu usado e ainda terá que gastar em revisões e reparos do seu usado para deixá-lo a ponto de venda.
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2. Negociação direto com particular
Para trocar carro usado por novo, vender primeiro o usado pode ser a alternativa mais rentável. Você pode vender o seu usado em feiras, onde carros usados são expostos pelos donos, ou por anúncios — em jornais, na internet ou pelo tradicional adesivo “vende-se” com o telefone do proprietário.
Vantagens
- A maior vantagem é o preço. Você pode conseguir um preço mais próximo do oferecido na Tabela Fipe, principalmente se ele estiver em bom estado.
Desvantagens
- Para valorizar o carro e conseguir vendê-lo mais facilmente, é preciso investir em pequenos consertos, reparos de funilaria e pintura e uma limpeza completa, incluindo motor: como o comprador particular tende a julgar o veículo pela aparência, tais cuidados afetam seu interesse pela compra e até o valor final.
- A oferta em feiras vai lhe tomar algum tempo dos fins de semana. Da mesma forma, com os anúncios pode ser preciso mostrar o carro a vários interessados antes de encontrar umn comprador.
- Pode demorar para conseguir vender ou vendê-lo antes do que previa e ficar um bom tempo sem carro.
- É preciso cuidado na hora do pagamento: o ideal é acompanhar o comprador ao banco para uma transferência financeira antes da entrega. Evite cheques.
- Atenão também com outros riscos: se o interessado queiser fazer um test drive no carro, não vá sozinho e tome todas as precauções necessárias. Pode haver riscos de acidentes ou até roubo.
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3. Vender carro usado por consignação
Consignar o carro é quando o proprietário deixa o carro na loja ou concessionária para receber apenas depois que ele for vendido. Em geral as empresas cobram entre 5% e 10% de comissão pela venda e, em alguns casos, há custos adicionais como o de revisões e verificação da autenticidade de chassi e motor.
Vantagens
- Isenta o vendedor dos riscos e aborrecimentos da oferta a particulares, sem cobrar tanto por isso quanto a venda (ou troca) do carro à loja.
- Seu automóvel poderá ser financiado com mais facilidade pelo interessado ou ser envolvido em uma troca, que talvez não lhe interessasse como particular — nem todo mundo quer um Fusca ou uma moto como entrada naquele Gol quase novo.
- Quem compra em loja, e mais ainda em concessionária, costuma estar disposto a pagar mais que quem busca o negócio direto entre pessoas físicas, o que pode resultar em valor maior e compensar, ao menos em parte, a cobrança da comissão.
Desvantagens
- A consignação pode deixá-lo sem o carro por semanas ou até meses, já que a loja precisa tê-lo à mão para apresentar aos interessados.
- Existe ainda o risco de que seu veículo fique parado no canto da loja, sem ser oferecido aos clientes, sobretudo se a empresa tiver grande estoque de usados ou muitas opções semelhantes a ele.
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Quando vender o carro usado
Muitas pessoas estão repetindo o discurso: “quero trocar antes que o carro se desvalorize demais”. Se você já disse ou pensou essa frase, ligue o sinal de alerta! Esse é um discurso comum dos vendedores de automóveis para que você feche o negócio, mas nem sempre é vantajoso para você, financeiramente.
Isso pode ser um bom negócio para quem vai vender a terceiros e se seu carro está em muito bom estado, já que pode conseguir um preço próximo da tabela e completar para sair da concessionária com o seu carro zerinho. Mas se a opção é dá-lo como parte do pagamento da concessionária, deve pensar duas vezes antes de trocar o seu semi novo com pouco tempo de uso, porque a desvalorização feita pelas concessionárias pode tornar a troca de um semi novo desvantajosa.
SIMULAÇÃO
Para fazer uma comparação, usaremos um carro popular com muitas unidades vendidas no país: o Volkswagen Gol de motor 1,6-litro. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço médio praticado para esse carro zero-quilômetro é de R$ 37,8 mil.
Como não podemos prever o quanto esse carro irá custar no futuro, podemos considerar a desvalorização do veículo para o cálculo, o que funciona bem nesse caso de um produto pouco modificado nos últimos anos.
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Em dois anos
- Se você tivesse comprado o Gol há dois anos por R$37,8 mil reais, hoje ele valeria R$ 31,5 mil, a cotação da Fipe para o Gol 2013 de mesma versão. São 17% de desvalorização. No entanto, conseguir vender pelo valor da tabela é algo muito difícil. Com a desvalorização já explicada de 20% do valor do carro, utilizando os valores do nosso exemplo, você receberá algo em torno de R$ 25,2 mil.
- Trocar de 2 em 2 anos pode não ser vantajoso: A troca do usado de dois anos por um zero passou a R$ 12,6 mil. Isso significa que trocar de carro duas vezes em quatro anos, usando uma loja para cada negociação, acarretaria a despesa de R$ 25,2 mil para terminar como se começou.
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Em três anos
- O mesmo carro no mesmo modelo, se comprado novo em 2011, valeria hoje pela Fipe R$ 27,4 mil, depreciação de 27,5% em relação ao zero-quilômetro.
- Entregando-o por 20% a menos (R$ 21,9 mil), você precisa de R$ 15,9 mil para cobrir a diferença entre o usado e o novo — bem menos que os R$ 25,2 mil das duas trocas no mesmo período.
Para ficar claro: sobram R$ 9,3 mil em seu bolso como compensação por ter rodado dois anos com um automóvel mais usado.
Em seis anos
- O modelo 2009 (já da atual geração) vale hoje R$ 23,3 mil, de acordo com a Fipe, ou R$ 18,6 mil com o desconto de 20%.
- Isso significa que passar a um zero depois de seis anos demandaria R$ 19,2 mil, mais da metade do valor do carro novo. Parece muito? Sim, mas se o comprador trocasse o Gol a cada dois anos, gastando R$ 12,6 mil em cada mudança, acumularia na terceira troca nada menos que R$ 37,8 mil — por uma coincidência, o mesmo valor do novo carro, ou seja, o dinheiro gasto na primeira compra já teria ido todo para o ralo.
- Contabilizando a economia: Esperar por mais 2 anos, nesse caso, gera uma economia deR$ 18,6 mil.
Dicas para fazer um bom negócio
Após analisar nossas dicas acima, é bom você saber o quanto vale o seu carro antes de tudo. Leve a um mecânico, confira quanto ficaria os gastos com pequenos reparos (que irão impressionar o vendedor particular) ou se seria melhor levar direto à concessionária para evitar maiores aborrecimentos.
- Confira em fóruns na internet o quanto outros carros de modelos semelhantes estão sendo negociados em concessionárias e feiras
- Se conseguir vender a terceiros com preço próximo da tabela, é um ótimo negócio. Nesse caso é preciso reafirmar a preocaução com o modo de pagamento.
- Se a concessionária oferecer um preço muito baixo no seu usado, tenha argumentos: vá a outras e veja o quanto elas podem oferecer para que você possa usar isso com o vendedor.
- Ir à concessionária no fim do mês é uma boa pedida: os vendedores tem metas a estabelecer que contam e muito nas suas comissões, por isso eles costumam ficar mais maleáveis no fim do mês. Se a negociação não for a que você quer, não pense duas vezes: volte à concessionária no fim do mês seguinte.