Como comprar carros importados
Comprar carros importados é um sonho de consumo que povoa o imaginário dos brasileiros há tempos. Talvez o desejo por um carro importado remonte à época em que as importações eram proibidas por aqui. Sendo um artigo super escasso, era natural a demanda ser alta por conta da falta de opções.
Desde a reabertura do mercado brasileiro para veículos importados, em 1990, esta realidade mudou um pouco. Hoje, ter um carro importado ainda é sinônimo de status. A diferença é que a aquisição de um veículo vindo do exterior tornou-se possível de forma legal.
Taxas para comprar carros importados
A entidade que regulamenta a atividade de importação de veículos, no Brasil, é a ABEIVA, a Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos. De acordo com a associação, o veículo importado mais emplacado do Brasil, em julho de 2017, foi o SUV Kia Sportage, com 1.821 unidades emplacadas.
A estratégia de comprar carros importados pode parecer atraente. Mas, dada a diferença brutal de preços em relação a vários países estrangeiros, trazer um veículo de fora pode sair muito caro. A dificuldade decorre por causa da elevadíssima tributação imposta pela Receita Federal.
As alíquotas são categorizadas da seguinte forma:
- 37% – para veículos flex com motor até 1.0
- 43% – para veículos a gasolina com motores entre 1.0 e 2.0
- 41% – para veículos flex com motores entre 1.0 e 2.0
- 55% – para veículos a gasolina com motores acima de 2.0
- 48% – para veículos flex com motores acima de 2.0
Como podemos perceber, os impostos cobrados são realmente impeditivos. Dependendo do modelo, o valor final pode aumentar em, pelo menos, R$ 100 mil. Há a cobrança de outros impostos, além do cobrado sobre a importação. São eles:
- ICMS – entre 17% e 19% conforme a valor final acrescido dos custos com seguro e frete;
- PIS-Cofins – alíquota de 11,6%;
- IPI – entre 7% e 25%, conforme a motorização.
Carros importados usados
A legislação brasileira só permite expressamente a importação de carros novos ou com mais de 30 anos. A questão é disciplinada pela Portaria nº 8, de 13 de maio de 1991, do antigo DECEX, o Departamento do Comércio Exterior.
No caso dos carros com mais de 30 anos, a importação é permitida, com a ressalva de ser apenas para “fins culturais”. Entre estas finalidades, por exemplo, está a inclusão do veículo em coleção particular. Sendo assim, ele deverá receber a placa preta, que designa carros de colecionadores.
No entendimento legislativo, a proibição de carros usados se justifica como medida protecionista. Desta forma, estaria sendo garantido o mercado para as montadoras nacionais, evitando uma possível concorrência desleal dos veículos de fora.
Portanto, se a sua intenção é comprar carros importados usados, é melhor rever suas opções.
Carros importados antigos
No caso dos carros com mais de 30 anos de fabricação, existe uma série de procedimentos burocráticos para que sejam importados. O processo todo pode levar um tempo considerável, se estendendo por meses. Portanto, pressa não é uma opção se você deseja importar um carro antigo.
De forma bastante resumida, para trazer um carro antigo do exterior, é necessário primeiro fazer a solicitação de uma fatura ProForma para o exportador. Em seguida, deve ser feito registro de importador no RADAR, o Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros da Receita Federal.
Cumpridas estas etapas, será a vez de requerer ao Departamento Nacional de Trânsito o Certificado de Adequação ao Trânsito (CAT). O documento serve para certificar o número de chassi (VIN) e o número do motor, para posterior inclusão nos registros do Denatran.
Ainda será preciso ajustar o meio de transporte pelo qual o carro chegará ao Brasil. Isto pode ser feito por intermédio de um Agente de Carga, profissional que cuida de toda a tramitação relativa ao envio do veículo.
Existem ainda diversas etapas entre uma fase e outra, portanto, o ideal é avaliar com bastante critério se vale a pena importar um carro. O tempo e o dinheiro gastos podem não compensar.
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